Professores das creches de Belford Roxo denunciam atraso na DJ e ameaças ao cobrar seus direitos trabalhistas.
A situação nas creches municipais de Belford Roxo é mais grave do que se imaginava. Após a denúncia de atraso no pagamento dos retroativos da enfermagem, agora são os professores das creches de Santa Teresa e Bom Pastor que relatam abuso, intimidação e violação de direitos ao cobrarem a DJ (Dupla Jornada).
Segundo a denúncia recebida com exclusividade pelo Portal de Bel, os profissionais assinaram a DJ no dia 28 de março de 2025 e até hoje, quase dois meses depois, não receberam nenhum pagamento.
A DJ (Dupla Jornada) é um direito do profissional de educação que assume duas cargas horárias seguidas dentro da mesma unidade escolar, ou seja, trabalha o dobro e deve ser remunerado proporcionalmente.
Porém, em Belford Roxo, os professores estão trabalhando dobrado e recebendo apenas por uma jornada — uma violação direta da legislação trabalhista e dos princípios básicos da administração pública.
A funcionária que nos procurou relatou ter tentado contato com servidores da Secretaria de Educação, mas, por medo de retaliação, não quis se identificar. Ao perguntar a uma gestora de creche se o pagamento sairia, ouviu que o próprio prefeito não havia autorizado a liberação da DJ. Em vez de dar uma resposta clara, a funcionária SEMED apenas pediu o número de matrícula e se recusou a prestar qualquer informação.
“Qualquer cidadão pode solicitar informação sobre pagamentos públicos. A gestão pública deve ser transparente. O que está acontecendo em Belford Roxo é ilegal e opaco.”
Sem resposta da Educação, a professora procurou Eduardo Araújo, Secretário de Indústria e Comércio. A resposta, porém, foi ainda mais preocupante. Eduardo confirmou ter falado com a Secretária de Educação Sheila Boechat, que negou que o prefeito tenha bloqueado o pagamento e justificou que a DJ “não segue a data do salário” e terminou a informação fazendo uma pregação.
Sabemos que a DJ não segue a data do salário, porém são quase dois meses sem receber e, quando receberem, será retroativo?
Até esse ponto, a situação já era grave. Mas piorou. Eduardo passou a pregar e ameaçar a professora.
Nos prints recebidos, ele afirma que:
“Você está errada em expor isso na internet, isso só vai trazer insatisfação para a categoria.”
E completa, em tom ameaçador:
“Você está indo por um caminho ruim.”
A denúncia revela algo ainda mais alarmante: professores com medo de pedir o que é seu por direito. O motivo? A preocupação da gestão com a própria imagem, não com a legalidade ou com a dignidade dos servidores públicos.
Mais do que o salário em atraso, as creches também enfrentam abandono material. A fonte informou que não há papel higiênico para as crianças, nem materiais básicos, e que os funcionários têm tirado do próprio bolso para garantir higiene mínima nas unidades.
Esse caso escancara uma triste realidade em Belford Roxo:
Professores são coagidos quando exigem salário justo;
O prefeito é citado como responsável por barrar pagamentos;
Secretários reagem com ameaças e moralismo em vez de esclarecimentos;
As creches operam em condições precárias, com prejuízo direto às crianças.
A Prefeitura, que deveria servir a população, vem agindo como se prestar contas fosse um favor — e não um dever.
O Portal de Bel segue à disposição para manifestações oficiais, mas reitera: quem deve tem que pagar, e quem trabalha tem direito de receber.
O Portal de Bel está a disposição da prefeitura caso queira se manifestar
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