Personal é impedida de usar banheiro após ser confundida com mulher trans

Caso ocorreu em academia de Recife e gerou revolta nas redes 

A fisiculturista e personal trainer Kely Moraes, de 45 anos, foi vítima de constrangimento ilegal e discriminação em plena segunda-feira (27), dentro da academia Selfit, no bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife. Após ser confundida com uma mulher trans, Kely foi impedida de usar o banheiro feminino por outra frequentadora do local, gerando um episódio de violência e preconceito que rapidamente viralizou nas redes sociais.

"Aqui não é lugar pra você", disse agressora

Kely, que trabalha na própria academia onde tudo ocorreu, havia parado brevemente seu atendimento para se limpar, pois havia sofrido uma queda de moto antes de chegar ao local. Ao sair do banheiro feminino, foi abordada por uma mulher que, de forma agressiva, a acusou de estar utilizando o banheiro errado:

“Aqui não é lugar pra você. O banheiro de homem é em cima.”

Mesmo com a identificação de Kely como mulher cisgênero, a acusação continuou. A situação escalou ainda mais quando um homem, aparentemente acompanhante da agressora, tentou impedir fisicamente que Kely voltasse ao banheiro, recomendando que usasse o “banheiro inclusivo” no andar inferior.

Aluna grávida interveio para defender a profissional

Testemunhas registraram vídeos da abordagem, onde é possível ver uma das alunas grávidas de Kely intervindo em sua defesa. O caso escancarou o despreparo e a falta de empatia com as diversas expressões de gênero e aparência, além de revelar preconceitos velados ainda muito presentes em ambientes públicos.

Kely afirmou:

“Não sinto vergonha por me confundirem com uma mulher trans. Mas sinto vergonha por ver até onde vai a maldade de algumas pessoas.”

+NOTICIAS

Boletim de ocorrência e investigação

Kely Moraes registrou boletim de ocorrência por constrangimento ilegal, vias de fato e ameaça na Delegacia de Boa Viagem. A academia Selfit publicou uma nota informando que repudia qualquer ato de preconceito, que está apurando o caso internamente e que irá tomar medidas disciplinares.

Repercussão e debate

O episódio gerou forte repercussão nas redes sociais, levantando debates sobre transfobia, violência de gênero, e o uso de banheiros públicos. Muitos usuários e influenciadores se manifestaram em apoio à personal trainer, destacando o absurdo da situação e a urgência de políticas inclusivas e educativas em ambientes públicos e privados.

O caso evidencia que, mesmo com avanços legais, a cultura da exclusão e da vigilância sobre os corpos ainda persiste. O direito de ocupar espaços públicos, como banheiros, segue sendo um campo de disputa e violência, especialmente para pessoas trans, travestis e, como se viu, até mesmo mulheres cis com perfis fora do “padrão esperado”.

O Portal de Bel está a disposição dos envolvidos caso queiram se manifestar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *