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Na manhã desta terça-feira (27), a Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou a Operação Caronte, que revelou um esquema de desvio de dinheiro público por meio do Bilhete Único Intermunicipal, no sistema de transporte público. A fraude envolvia a simulação de viagens por vans que sequer saíam do lugar, conhecidas como “vans fantasmas”, gerando créditos indevidos que eram reembolsados pelo estado.
A investigação identificou que cooperativas de transporte e permissionários manipulavam os validadores eletrônicos instalados nas vans, registrando dezenas de “embarques” por hora sem nenhum passageiro. Em um dos casos, mais de 34 validações ocorreram em apenas uma hora, o que é incompatível com a capacidade dos veículos — geralmente com apenas 15 lugares.
Cada validação simulada gerava um crédito que era repassado como subsídio pelo governo estadual, como se uma viagem real tivesse ocorrido. Esse processo fraudulento gerava repasses mensais vultosos, consolidando um ciclo constante de enriquecimento ilícito.
Um dos líderes do esquema, Altemar Pinto, foi preso e levado à Cidade da Polícia, onde também teve uma arma apreendida. De acordo com o inquérito, ele movimentou mais de R$ 1,2 milhão em seis meses, sendo R$ 259 mil em espécie. Outros envolvidos tinham histórico em fraudes no setor de combustíveis, segundo a delegada assistente da DDSD, Daniela Amorim.
A operação contou com apoio da 109ª DP (Sapucaia), Detro, Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e outras especializadas. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em residências, cooperativas e empresas ligadas aos suspeitos.
O dinheiro desviado era lavado por meio de empresas de fachada, compras em nome de terceiros e movimentações bancárias fracionadas. A análise do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil identificou transações incompatíveis com a renda dos envolvidos, além de vínculos com locadoras e cooperativas laranjas.
Segundo os investigadores, o prejuízo pode ultrapassar dezenas de milhões de reais por ano, considerando que o programa Bilhete Único Intermunicipal movimenta aproximadamente R$ 900 milhões anualmente.
A DDSD pretende ampliar as diligências com o material apreendido — celulares, documentos, veículos e dados em nuvem — para identificar novos integrantes da organização criminosa. Os acusados devem responder por peculato, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
O RioCard, empresa que administra o Bilhete Único, reforçou que o uso do cartão é pessoal e intransferível, e que colabora com as investigações para impedir novas fraudes.
O Portal de Bel está a disposição dos envolvidos caso queiram se manifestar
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