Desembargador revoga prisão de MC Poze do Rodo

MC Poze é solto após decisão da Justiça do RJ. Cantor terá que seguir medidas restritivas e evitar contato com investigados e o Comando Vermelho.

A Justiça do Rio de Janeiro concedeu liberdade provisória ao cantor MC Poze do Rodo, cujo nome verdadeiro é Marlon Brandon Coelho Couto da Silva. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (3) pelo desembargador Peterson Barroso Simão, que revogou a prisão temporária do artista.

Segundo o magistrado, embora tenham existido fundadas razões para a prisão, o material arrecadado durante a busca e apreensão seria suficiente para o prosseguimento das investigações, sem necessidade de manter Poze preso.

MC Poze do Rodo é levado da Cidade da Polícia após ser preso durante operação da DRE — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Condições impostas a MC Poze pela Justiça

Apesar da liberdade, o funkeiro deverá cumprir medidas cautelares rigorosas, sob pena de voltar à prisão. As determinações incluem:

  • Comparecimento mensal à Justiça até o dia 10 de cada mês para justificar suas atividades;

  • Proibição de sair da Comarca do Rio de Janeiro enquanto durar o processo;

  • Entrega do passaporte em até 5 dias úteis após a notificação;

  • Impossibilidade de contato com outros investigados ou com qualquer pessoa ligada à facção Comando Vermelho;

  • Disponibilidade imediata para a Justiça, com número de telefone atualizado.

Magistrado critica atuação da polícia

Na decisão, o desembargador Simão fez críticas contundentes à conduta da Polícia Civil na prisão do artista. Para ele, houve exposição midiática excessiva e possivelmente uso desproporcional da força.

“Há indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática”, destacou o magistrado.

Além disso, ele ressaltou que MC Poze já havia sido investigado em um processo anterior sem condenação, tendo sido absolvido em primeira e segunda instâncias.

+NOTICIAS

“Prender o elo mais fraco não resolve”, diz desembargador

O juiz foi além e fez uma reflexão crítica sobre o foco das investigações policiais no Brasil:

“É preciso prender os chefes, aqueles que pegam em armas e negociam drogas. O alvo da prisão não deve ser o mais fraco – o paciente –, e sim os comandantes de facção temerosa, abusada e violenta”, escreveu Simão.

Contexto: MC Poze e investigação por tráfico de drogas

MC Poze havia sido preso preventivamente por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. A polícia alegou “fundadas razões” para vinculá-lo à facção Comando Vermelho, uma das maiores do estado.

Entretanto, nenhuma prova concreta foi encontrada no momento da prisão – não havia armas, drogas ou materiais ilícitos em sua posse, o que foi decisivo para a concessão do habeas corpus.

O que pode acontecer agora

Com a decisão, MC Poze responde ao processo em liberdade, mas sob vigilância judicial. Caso descumpra alguma das condições impostas, o habeas corpus poderá ser revogado imediatamente, com o retorno à prisão.

O Portal de Bel está a disposição dos envolvidos caso queiram se manifestar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *