MC Poze é solto após decisão da Justiça do RJ. Cantor terá que seguir medidas restritivas e evitar contato com investigados e o Comando Vermelho.
A Justiça do Rio de Janeiro concedeu liberdade provisória ao cantor MC Poze do Rodo, cujo nome verdadeiro é Marlon Brandon Coelho Couto da Silva. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (3) pelo desembargador Peterson Barroso Simão, que revogou a prisão temporária do artista.
Segundo o magistrado, embora tenham existido fundadas razões para a prisão, o material arrecadado durante a busca e apreensão seria suficiente para o prosseguimento das investigações, sem necessidade de manter Poze preso.
Apesar da liberdade, o funkeiro deverá cumprir medidas cautelares rigorosas, sob pena de voltar à prisão. As determinações incluem:
Comparecimento mensal à Justiça até o dia 10 de cada mês para justificar suas atividades;
Proibição de sair da Comarca do Rio de Janeiro enquanto durar o processo;
Entrega do passaporte em até 5 dias úteis após a notificação;
Impossibilidade de contato com outros investigados ou com qualquer pessoa ligada à facção Comando Vermelho;
Disponibilidade imediata para a Justiça, com número de telefone atualizado.
Na decisão, o desembargador Simão fez críticas contundentes à conduta da Polícia Civil na prisão do artista. Para ele, houve exposição midiática excessiva e possivelmente uso desproporcional da força.
“Há indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática”, destacou o magistrado.
Além disso, ele ressaltou que MC Poze já havia sido investigado em um processo anterior sem condenação, tendo sido absolvido em primeira e segunda instâncias.
O juiz foi além e fez uma reflexão crítica sobre o foco das investigações policiais no Brasil:
“É preciso prender os chefes, aqueles que pegam em armas e negociam drogas. O alvo da prisão não deve ser o mais fraco – o paciente –, e sim os comandantes de facção temerosa, abusada e violenta”, escreveu Simão.
MC Poze havia sido preso preventivamente por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. A polícia alegou “fundadas razões” para vinculá-lo à facção Comando Vermelho, uma das maiores do estado.
Entretanto, nenhuma prova concreta foi encontrada no momento da prisão – não havia armas, drogas ou materiais ilícitos em sua posse, o que foi decisivo para a concessão do habeas corpus.
Com a decisão, MC Poze responde ao processo em liberdade, mas sob vigilância judicial. Caso descumpra alguma das condições impostas, o habeas corpus poderá ser revogado imediatamente, com o retorno à prisão.
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