Adolescente foi executado durante operação na Cidade de Deus, em 2023
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Nesta quarta-feira (11), a Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão dos policiais militares Diego Pereira Leal e Aslan Wagner Ribeiro de Faria, acusados pela morte do adolescente Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, durante uma operação na Cidade de Deus, em 2023.
Outros dois PMs envolvidos no caso, Silvio Gomes dos Santos e Roni Cordeiro de Lima, foram soltos por decisão judicial, com base nos depoimentos e provas do processo.
Thiago estava com um amigo andando de moto quando, segundo a testemunha, os dois caíram ao perder o equilíbrio. Em seguida, um carro descaracterizado se aproximou e os ocupantes saíram atirando.
O amigo conseguiu fugir, mas Thiago ficou no chão e, segundo imagens citadas pela família, foi executado mesmo ferido e ainda vivo.
Os policiais alegam que viram Thiago com uma arma e decidiram persegui-lo. Após a queda da moto, disseram que ele teria atirado contra eles, o que teria motivado os disparos.
No entanto, não há confirmação independente de que Thiago estava armado, e uma câmera de segurança teria registrado o momento da execução, conforme relatado pela família.
Um dia após a morte de Thiago, o perfil oficial da Polícia Militar publicou no Twitter que o jovem era “criminoso” e que “entrou em confronto”. A postagem foi vista por mais de 1 milhão de pessoas.
Após a Defensoria Pública do RJ intervir, a publicação foi removida, e a própria PM admitiu que as informações eram preliminares e unilaterais.
A Corregedoria concluiu que houve:
Fraude processual
Omissão de socorro
Abuso de autoridade
Os policiais teriam omitido socorro ao menino e divulgado informações falsas para tentar encobrir o caso.
A Justiça entendeu que manter os dois PMs presos evita o risco de destruição de provas e intimidação de testemunhas.
O tio do menino, Hamilton Menezes, disse que as imagens da câmera de segurança mostram claramente a execução. Thiago estava no chão, ferido, e ainda assim foi morto com mais tiros.
Segundo ele, o adolescente não estava envolvido com o crime e apenas passeava de moto com um amigo.
Dois dos quatro policiais seguem presos, e o processo ainda está em andamento. A Justiça indicou que há provas suficientes contra Diego e Aslan, mas não contra os outros dois.
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