INSS vai devolver descontos ilegais em folha

Ressarcimento será automático na conta de aposentados e pensionistas afetados por fraudes entre 2019 e 2024.

O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, anunciou que os aposentados e pensionistas que sofreram descontos ilegais receberão o ressarcimento diretamente na mesma conta onde recebem o benefício previdenciário.

“Na mesma conta que ele [segurado] recebe o seu benefício previdenciário, vai ser depositado [o dinheiro]”, afirmou Waller à CBN.

O pagamento será feito por meio da folha suplementar, sistema utilizado para valores fora da folha de pagamento regular.

Foto: Reprodução

Nada de PIX ou burocracia

Waller garantiu que o processo será 100% automatizado e sem riscos de novos golpes.

“Nada de PIX, nada de depósito em conta pessoal, nada de sacar em banco.”

A proposta segue uma orientação direta do presidente Lula: o segurado não pode enfrentar fila, nem ter trabalho extra para receber.

Fraude bilionária investigada

A devolução está ligada à Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da CGU, que identificou uma fraude bilionária entre 2019 e 2024.

▶️ Foram cobrados R$ 6,3 bilhões de forma ilegal de aposentados e pensionistas.
▶️ As cobranças vinham de associações que ofereciam serviços como assessoria jurídica, convênios médicos ou parcerias com academias — mas os beneficiários nunca autorizaram esses descontos.
▶️ A maioria das assinaturas usadas pelas entidades era falsificada, segundo a CGU.

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Presidente do INSS anterior foi afastado

Com o escândalo, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo.
O episódio também levou à queda do ministro da Previdência, Carlos Lupi, acusado de omissão: ele foi alertado sobre o esquema em junho de 2023, mas só agiu nove meses depois.

De onde virá o dinheiro para ressarcir?

Gilberto Waller explicou que a ideia é usar primeiro os bens dos golpistas para pagar os ressarcimentos:

“Prioritariamente vamos buscar de quem enriqueceu. Depois, se o dinheiro não for suficiente, vamos buscar outras fontes”

Ele também não descartou o uso de dinheiro público, caso os bens bloqueados não cubram todo o prejuízo.

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