Guardas de Endemias do Ministério da Saúde são desviados de função em Belford Roxo

Denúncia aponta que agentes cedidos ao município estão fora de suas funções, atuando em áreas como faxina, cozinha e até como motoristas particulares

Matéria escrita por Caio Henrique

Agentes de endemias de Belford Roxo. Foto: Reprodução

Recebemos uma denúncia gravíssima envolvendo os Agentes de Combate às Endemias (ACE) do Ministério da Saúde que estão cedidos ao município de Belford Roxo. Segundo relatos, esses profissionais deveriam estar atuando diretamente no controle de vetores, como mosquitos transmissores de doenças, mas estão sendo desviados para funções completamente diferentes – muitos deles longe das ruas e da atividade fim.

A denúncia ainda aponta que esses agentes, mesmo fora de suas atividades, continuam recebendo uma indenização de mais de R$ 2 mil, paga para que eles atuem especificamente em campo. O prédio onde estariam lotados fica na Av. Benjamin Pinto Dias, nº 610, terceiro andar, antigo prédio da Secretaria de Saúde.

Denúncia detalha uso indevido e assédio por parte da coordenação

De acordo com o relato recebido por nossa equipe, os ACE estão atuando como faxineiros, cozinheiros, administrativos e até motoristas particulares, o que fere completamente a finalidade de sua cessão ao município. Esses agentes são servidores do Governo Federal, cedidos para auxiliar na saúde pública local — e não para serem utilizados de forma indevida.

O coordenador responsável pelas equipes, foi citado na denúncia como autor de assédios e pressões internas. Segundo o relato, muitos servidores já solicitaram transferência para o Rio de Janeiro devido ao clima hostil imposto. A equipe da Zoonoses, que estaria praticando esses desvios, é conhecida por casos semelhantes em outras cidades como Mesquita, Duque de Caxias e Nova Iguaçu — de onde teriam sido retirados por repetirem a mesma prática.

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Documento oficial exige comprovação das atividades de campo

Anexado à denúncia, recebemos uma cópia do modelo de Relatório de Atividades de Campo para Recebimento de Indenização, documento oficial do Ministério da Saúde, onde o servidor declara suas atividades externas no mês e assina junto ao gestor local.

📎 O documento alerta: “Se falsa a declaração, estou sujeito às penas da Lei. Código Penal – Art. 299: Pena de reclusão de 1 a 5 anos”.

Caso as denúncias sejam verdadeiras, essas assinaturas em branco ou fraudadas podem configurar crime de falsidade ideológica, o que agrava ainda mais a situação.

Fiscalização e denúncia formal podem acontecer

O seguidor que fez a denúncia informou que ações semelhantes foram descobertas em outras cidades após denúncias anônimas ao Ministério da Saúde, na sede localizada na Rua México, no Rio de Janeiro. Em locais como Mesquita e Caxias, equipes foram afastadas por esse mesmo tipo de irregularidade.

Fica a pergunta: onde estão os 190 ACE que deveriam estar nas ruas de Belford Roxo?

O município enfrenta surtos constantes de dengue e outras doenças, e a ausência desses agentes nas ruas pode agravar ainda mais a saúde pública.

2 Comentários

  1. Deve ser por isso que somos obrigados a fazer 40 casas por dia, 20 a mais que a meta exigida pelo estado, para que pessoas fiquem sem trabalhar.

  2. Esse problema é mais antigo do que imaginamos,tem muito mais sujeira em baixo desse tapete.
    Entra ano e sai ano e continua tudo no mais do mesmo.
    Alô @Ministériopúblicofederal,está mais que na hora de acabar com essa bagunça.
    Que a vários anos se repete nos principais municípios da baixada fluminense e ninguém é punido por essas práticas.

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