General admite plano para matar Lula e Moraes

Documento “Punhal Verde e Amarelo” previa assassinatos e golpe de Estado; STF investiga ligação com Bolsonaro

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O general Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, admitiu ao STF que foi o autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. O documento foi impresso dentro do Palácio do Planalto e, segundo a PF, três cópias foram geradas. Fernandes alega que era apenas “um pensamento digitalizado”, mas os investigadores veem indícios de ação coordenada para um golpe de Estado.

Foto: Reprodução

💣 O que era o plano “Punhal Verde e Amarelo”?

O plano, revelado em novembro de 2024 pela Polícia Federal, previa:

  • Assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes;

  • Execução marcada para 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação;

  • Uso de veneno e armas de guerra (pistolas, fuzis, lança-granada);

  • Monitoramento constante de Moraes;

  • Participação de militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”.

O plano tinha caráter terrorista e antidemocrático. A PF aponta que havia uma rede de comunicação secreta e organização logística militar.

📄 O que disse o general ao STF

Durante interrogatório, o general confirmou ser o autor intelectual do plano. Disse que:

“Era apenas um estudo, um pensamento meu que resolvi digitalizar.”

Segundo ele, a impressão no Planalto foi apenas para “ler melhor sem forçar a vista”, e que teria rasgado o papel logo após.

🖨️ A PF, porém, confirmou três cópias impressas no sistema do Palácio — com uma reimpressão um mês depois.

Fernandes afirmou não lembrar disso, culpando a “configuração da impressora”. Disse também que não apresentou o plano a Bolsonaro, embora a entrada no Alvorada, 40 minutos após a impressão, levante suspeitas.

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⚠️ Envolvimento de Bolsonaro

Segundo a Polícia Federal, Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano. A delação premiada de Mauro Cid aponta Mario Fernandes como um dos generais mais entusiastas da ideia de intervenção militar para impedir a posse de Lula.

📌 O plano seria ativado se os recursos judiciais e contestação eleitoral fracassassem.

A relação próxima de Fernandes com Bolsonaro — e o fato de ele ter acesso livre ao Alvorada — reforça a suspeita de participação do núcleo político no esquema de planejamento golpista.

⚖️ Análise jurídica: crime político, terrorismo e golpe

A admissão do general pode abrir caminho para acusações gravíssimas, incluindo:

  • Tentativa de homicídio qualificado (planejamento);

  • Crime contra o Estado Democrático de Direito (Lei 14.197/2021);

  • Associação criminosa armada;

  • Atos preparatórios de terrorismo.

Se comprovado que o plano foi compartilhado com o então presidente ou com militares de alta patente, o caso pode escalar para uma ação penal contra Bolsonaro no STF — inclusive com risco de perda de direitos políticos e prisão preventiva.

📌 O que a sociedade precisa saber

  • A tentativa de assassinato de autoridades eleitas e ministros da Justiça é um ataque direto à democracia;

  • O fato de partir de altos escalões do governo e do Exército agrava a situação institucional;

  • A admissão do general enfraquece a tese de “apenas discurso político” e reforça que havia planejamento real;

  • Cabe à sociedade civil, imprensa e instituições exigirem a responsabilização penal plena dos envolvidos.

O Portal de Bel está a disposição dos envolvidos caso queiram se manifestar

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