Gandra articula nos bastidores para continuar na presidência da Câmara

Segundo informações, Gandra está tentando rever uma manobra que seu próprio grupo já condenou

Uma nova manobra política pode ser colocada em prática na Câmara Municipal de Belford Roxo ainda este semestre. Segundo o jornalista Elizeu Pires, uma fonte ligada à Casa Legislativa informou que,

o atual presidente da Câmara, Marquinho Gandra, estaria costurando nos bastidores uma forma de se manter no cargo, mesmo após duas eleições consecutivas — o que é vedado pela legislação atual.

A movimentação lembra o episódio ocorrido em janeiro de 2024, quando uma articulação interna impediu que o então presidente da Câmara, Armadinho Penélis, permanecesse no cargo, apesar de eleito. A manobra foi judicializada, chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), e terminou com Gandra assumindo a presidência.

Gandra alegava que, permanecer mais de um ano como presidente, sem eleições, prejudicaria a democracia.

Atual presidente da Câmara de Belford Roxo, Markinho Gandra. Foto: Instagram

A estratégia: reeditar o que antes era condenado

Em tese, Gandra só poderia exercer dois mandatos consecutivos, como determina a Lei Orgânica e o Regimento Interno da Casa. O primeiro mandato ocorreu em janeiro de 2024. A segunda, em janeiro de 2025, garantiu sua recondução até31 de dezembro deste ano.

Mas nos bastidores, há um novo plano sendo estruturado: alterar novamente as regras do jogo.
Segundo a fonte, a estratégia seria retomar a proposta de ampliar o mandato para dois anos, a mesma que o grupo de Gandra combateu em 2024 para derrubar Penélis. Caso a mudança passe, Gandra não disputaria uma nova eleição, mas se manteria no cargo automaticamente, com base no novo regramento.

“É a velha política do ‘faça o que eu digo, não faça o que eu faço’”, ironiza um assessor que acompanha os bastidores da Casa.

Histórico marcado por escândalos

Essa não seria a primeira manobra polêmica de Gandra.
Em julho de 2024, o presidente da Câmara entrou na mira do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) devido à quantidade elevada de cargos comissionados, o que levantou suspeitas de uso da estrutura legislativa para favorecimento político.

O histórico vai além:
Em abril de 2019, Gandra e o ex-prefeito Dennis Dauttman tiveram os bens bloqueados em mais de R$ 5,5 milhões, por decisão do juiz Glauber Bitencourt Soares da Costa, da 2ª Vara Cível. A ação do Ministério Público Estadual, através da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Duque de Caxias, denunciava repasses irregulares e a omissão de Gandra como presidente da Câmara na época.

Segundo o MP:

“Dennis desrespeitou o limite constitucional de repasses ao Legislativo, agravando o déficit financeiro municipal. Gandra, ciente disso e tendo o dever de fiscalização, não devolveu ao erário o excedente devido, concorrendo para o dano causado.”

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Repetição de práticas antigas e enfraquecimento da democracia

A articulação em curso, se concretizada, pode fragilizar ainda mais a imagem da Câmara Municipal, já duramente criticada pela população e entidades civis.
Alterar regras internas para beneficiar o presidente em exercício compromete a independência dos Poderes e deslegitima o processo democrático.

Mais grave ainda é o fato de que o mesmo grupo que questionou judicialmente a ampliação do mandato em 2024 agora se prepara para usá-la como trunfo.

Gandra quer continuar a qualquer custo

Com um histórico controverso, passagens pela Justiça, bloqueio de bens, denúncias de excesso de cargos e agora uma nova tentativa de manobra regimental, Marquinho Gandra não dá sinais de que deseja largar o poder.

O silêncio de seus aliados também é estratégico. Poucos se pronunciam publicamente sobre a nova articulação, e a manobra pode ser votada de forma súbita, com apoio da base governista.

A população e os precisa ficar atenta.
O momento exige transparência, respeito às leis e aos princípios democráticos. A presidência da Câmara não pode ser um trono vitalício.

O Portal de Bel está a disposição para manifestação das partes citadas.

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