A manobra de Markinho Gandra para se manter como presidente da Câmara foi considerada ilegal. Justiça cancela votação antecipada e expõe crise institucional no Legislativo.
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A Justiça anulou as eleições da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Belford Roxo, realizadas em junho, após uma ação do vereador Igo Menezes, único representante da oposição. Como já denunciado aqui pelo Portal de Bel, a votação foi antecipada de dezembro para junho por decisão do atual presidente da Câmara, Markinho Gandra, em uma clara manobra política para se manter no cargo até o final de 2026.
A decisão judicial confirma o que já era visível: um golpe institucional armado para garantir poder e cargos, ignorando princípios básicos da democracia e do regimento interno da Casa Legislativa.
Em vídeo publicado em suas redes sociais, o vereador Igo Menezes comemorou a decisão e afirmou que a antecipação da eleição feriu a democracia e o direito dos vereadores de concorrer de forma justa.
“Foi uma manobra para impedir que uma nova chapa fosse formada. Alguns vereadores da própria base começaram a articular alternativas e, temendo perder apoio, Markinho atropelou o processo”, disse Igo.
Ele ainda afirmou que nem mesmo a base aliada de Gandra foi consultada, e que o presidente da Câmara agiu de forma unilateral. A ação judicial foi apresentada por Igo e acatada pela Justiça, que determinou a anulação da eleição e o retorno ao rito normal, com nova votação somente em dezembro de 2024, como manda o regimento.
Quem também comemorou a anulação da eleição foi o ex-vereador Danielzinho, que classificou a votação como “arbitrária e inconstitucional”. A repercussão da decisão evidencia o descontentamento político generalizado com a forma autoritária com que a Câmara vem sendo conduzida.
Na época da votação, o Portal de Bel cobriu o episódio e mostrou o vexame que foi a sessão plenária: vereadores implorando para não serem malvistos pelo prefeito Márcio Canella, jurando lealdade e fazendo discursos de obediência absoluta.
A Câmara Municipal, que deveria ser um poder independente, se comportou como uma extensão do gabinete do prefeito, submetida ao controle político de Canella e Gandra.
Gandra atuou como um juiz autoritário, avaliando quem era “fiel” ao prefeito e quem poderia ser punido politicamente. Um verdadeiro teatro de horror democrático.
Hoje, a Câmara de Belford Roxo vive sob um regime de total submissão. Qualquer vereador que ouse cobrar o mínimo da Prefeitura ou da Presidência da Casa sofre retaliações diretas: perde assessores, estrutura de gabinete, espaço de fala, e até mesmo o direito de usar o plenário.
A perseguição ao vereador Igo Menezes é a prova mais clara disso. Ele é o único parlamentar que atua como fiscal do Executivo e por isso é tratado como um inimigo. Enquanto isso, os demais agem como aliados de conveniência, com medo de perder regalias e cargos.
Se vereadores têm medo de cobrar o prefeito, por que se candidataram? Estão ali para representar o povo ou para obedecer a ordens políticas?
Com apenas um vereador realmente atuando de forma independente, a Câmara de Vereadores de Belford Roxo se tornou um peso morto para a cidade: cara, inchada, submissa e improdutiva.
A anulação da eleição é um sopro de justiça e um alerta para a população: é preciso vigiar o Legislativo tanto quanto o Executivo. O poder dos vereadores não pode ser vendido, alugado ou manipulado para interesses individuais.
O Portal de Bel está a disposição dos envolvidos caso queiram se manifestar
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