A crise na base bolsonarista no Rio de Janeiro se agrava após Bolsonaro vetar apoio ao governador e ao presidente da Alerj; tensão cresce com exoneração de Washington Reis.
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Os bastidores da política fluminense entraram em estado de ebulição. O ex-presidente Jair Bolsonaro bateu o martelo: não apoiará Cláudio Castro para o Senado, nem Rodrigo Bacellar para o governo estadual em 2026. A decisão foi confirmada por ele próprio, após a exoneração do ex-secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB).
A gota d’água foi a quebra de acordo entre o governador Cláudio Castro e o senador Flávio Bolsonaro, que vinha tentando manter a unidade do grupo político. A ideia era reintegrar Washington Reis ao governo e manter uma aliança estável com Bacellar — algo que não aconteceu.
“Não vou apoiar Cláudio Castro para o Senado, nem Bacellar para o governo. Pode avisar lá. Vou esperar as coisas acontecerem e decidir com calma o que vamos fazer no Rio em 2026”, cravou Bolsonaro, segundo relatos.
Fontes ligadas ao clã Bolsonaro relataram que Flávio tentou costurar um recuo de Castro, pedindo que o governador voltasse atrás e refizesse o gesto com Washington Reis, que foi exonerado sem aviso, mesmo com mais de 60% de aprovação em Duque de Caxias.
Flávio lamentou publicamente o episódio:
“Já será uma eleição difícil. Não podemos abrir mão de lideranças importantes, ainda mais jogá-las no colo do adversário que será palanque de Lula no estado.”
Afirmou ainda que não deseja conversar com Castro nem com Bacellar no momento.
“Não fui consultado. Fiquei sabendo pela imprensa. Então está decidido.”
A ruptura escancara uma divisão sem precedentes dentro do bolsonarismo no estado do Rio de Janeiro. De um lado, Washington Reis representa a força política de Duque de Caxias, segundo maior colégio eleitoral do estado. Do outro, Bacellar comanda a Alerj e tenta se viabilizar como nome da direita em 2026.
Cláudio Castro, agora isolado, tenta equilibrar o jogo, mas a decisão de Bolsonaro muda o cenário eleitoral drasticamente. Sem o apoio do ex-presidente, Castro corre o risco de ser engolido por uma nova chapa apoiada diretamente pelo bolsonarismo ou pelo Centrão.
A atitude de Bolsonaro não surpreende, mas escancara a fragilidade e o personalismo da política fluminense. A “franquia” bolsonarista no Rio de Janeiro parece seguir os humores e ressentimentos pessoais, ao invés de uma articulação política coerente.
A exclusão de Washington Reis — político com forte base e trânsito entre lideranças — pode ter sido um tiro no pé de Castro, que parece cada vez mais isolado, inclusive dentro do próprio partido.
Enquanto isso, Bacellar, mesmo sendo presidente da Alerj, é visto como um aliado volátil, com altos índices de rejeição fora da capital.
Se o bolsonarismo decidir lançar uma chapa alternativa em 2026, o tabuleiro muda completamente. E Castro pode acabar sendo o grande derrotado antes mesmo do início da campanha.
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