Falta d'água continua como drama diário em Belford Roxo

A falta d’água em Belford Roxo é crítica. Bairros estão há meses sem fornecimento regular. Moradores cobram soluções da Águas do Rio.

O problema da falta d’água em Belford Roxo continua afetando milhares de moradores de diversos bairros da cidade. Apesar de reuniões, promessas e notas oficiais, a água segue ausente das torneiras, enquanto a população sofre com o descaso e a precariedade no fornecimento.

Nesta terça-feira (20), mais um aviso foi publicado informando o fechamento da água na cidade, com previsão de retorno até as 20h de hoje (21). A prática já virou rotina: quase toda semana a água é cortada, e muitos bairros simplesmente não veem água há meses.

Promessas não cumpridas e população no prejuízo

Em fevereiro de 2024, o prefeito Márcio Canella chegou a divulgar uma reunião com o presidente da Águas do Rio, empresa responsável pelo fornecimento, afirmando que seriam tomadas medidas para resolver a situação. Na prática, nada mudou.

Moradores de bairros como Jardim Redentor, Parque Amorim, Nova Aurora, Santa Maria, Piam, Wona, Heliópolis, Areia Branca e muitos outros relatam meses sem fornecimento regular.

Enquanto isso, as contas continuam chegando — e caras. Muitos pagam mensalmente por um serviço que simplesmente não existe.

O que diz a lei sobre isso?

A água é um direito básico garantido por lei. E quando o fornecimento é frequentemente interrompido ou completamente ausente, a empresa responsável — neste caso, a Águas do Rio — tem obrigações legais.

Segundo a AGENERSA (Agência Reguladora de Energia e Saneamento do Estado do RJ) e o Código de Defesa do Consumidor, é obrigação da empresa:

  • Garantir fornecimento contínuo e seguro de água tratada;

  • Enviar caminhões-pipa gratuitamente quando houver interrupção prolongada ou falta frequente;

  • Priorizar locais com hospitais, escolas ou moradores em situação de vulnerabilidade;

  • Fornecer informações claras e com antecedência sobre qualquer interrupção;

  • Em casos extremos, indenizar os consumidores prejudicados.

Se essas obrigações não forem cumpridas, a empresa pode ser processada por dano coletivo e individual.

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Moradores da Baixada são os mais afetados

É importante ressaltar que o problema não ocorre com a mesma intensidade em outras regiões do Rio de Janeiro. A Baixada Fluminense — e Belford Roxo em especial — tem sido a mais afetada por esses cortes e falhas no abastecimento.

Apesar disso, a cobrança continua sendo feita normalmente. Ou seja, os moradores pagam por um serviço essencial que não recebem.

Essa situação fere os princípios da dignidade humana, do direito à saúde e do saneamento básico, garantidos na Constituição Federal.

Como exigir seus direitos?

Moradores que estiverem sem água devem formalizar a reclamação junto à Águas do Rio e à AGENERSA. Também podem buscar apoio no Procon, no Ministério Público ou até mesmo entrar com ação judicial individual ou coletiva.

Recomenda-se que:

  • Sejam registradas as faltas de abastecimento, com fotos, vídeos e anotações;

  • Seja solicitado caminhão-pipa por protocolo oficial;

  • Exija-se desconto proporcional ou isenção de cobrança na fatura.

Prometer não basta, é preciso cumprir

Belford Roxo sofre com um problema antigo e negligenciado. As promessas políticas, as reuniões divulgadas e as fotos nas redes sociais não enchem as caixas d’água da população.

O que os moradores querem não é discurso, é o mínimo de dignidade: água nas torneiras, todos os dias.

A Águas do Rio precisa ser cobrada com firmeza. E a prefeitura, como gestora local, deve ser a primeira a exigir providências reais. A população já cansou de esperar.

O Portal de Bel está a disposição dos envolvidos caso queiram se manifestar

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