Trio recebeu mais de R$ 200 mil da “Folha Secreta” da Uerj
Três aliados próximos do senador Romário (PL) se tornaram réus por peculato após serem denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ). O trio é acusado de integrar um esquema milionário de contratações fantasmas na Uerj, conhecido como “Folha Secreta”. Segundo o MP, os três receberam juntos mais de R$ 244 mil de forma irregular.
Os denunciados são Fábio Braz, João Daniel Bove e Ademar Braga Júnior. Todos foram nomeados em 2022 na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, ano em que também fizeram campanha para a reeleição do senador Romário.
Veja quanto cada um recebeu:
Fábio Braz: R$ 77 mil
João Daniel Bove: quase R$ 70 mil
Ademar Braga Júnior: quase R$ 100 mil
O Ministério Público afirma que eles nunca exerceram de fato as funções nos cargos e por isso os pagamentos representam desvio de dinheiro público, configurando o crime de peculato, cuja pena pode chegar a 12 anos de prisão.
Apesar de Romário não ser citado como investigado, o Ministério Público destacou que os três possuem fortes vínculos com o senador:
João Daniel Bove e sua irmã trabalharam no gabinete do senador.
Ademar Braga Júnior foi funcionário do América-RJ, clube presidido por Romário.
Fábio Braz, ex-jogador de futebol, foi colega de Romário no Vasco da Gama.
Os três confirmaram à polícia que são amigos pessoais de Romário e que se conheceram por meio dele.
Um dos episódios mais absurdos do caso envolve Ademar Braga Júnior, que continuou recebendo salário da Uerj enquanto estava confinado em um reality show. À polícia, ele alegou que havia pedido desligamento e não sabia do depósito porque estava sem celular.
O Ministério Público, no entanto, não aceitou a justificativa e afirmou que houve “vontade livre e consciente de desviar dinheiro público em benefício próprio”.
O promotor Alexandre Themístocles apresentou denúncia à Justiça com pedido de:
Condenação por peculato
Perda dos cargos públicos ainda ocupados
Ressarcimento ao erário
Um dos réus, João Daniel, continua no serviço público: atualmente é superintendente da Secretaria Estadual de Educação, com salário superior a R$ 14 mil mensais.
A Uerj informou que o programa que abrigava os cargos foi extinto ainda em 2022 e que novos critérios de controle foram implantados para garantir mais transparência. A universidade afirmou que está colaborando com as investigações.
A Secretaria de Educação do RJ disse que não foi notificada oficialmente e que aguarda o andamento do processo, destacando que não há condenação até o momento.
Mesmo sem ser alvo direto da denúncia, o nome de Romário surge no centro de uma rede de relações políticas e pessoais envolvidas em desvio de recursos públicos. O caso mostra como cargos públicos continuam sendo utilizados como moeda política, e reforça a necessidade de controle rigoroso, transparência e fiscalização ativa da sociedade e da imprensa.
O Portal de Bel está a disposição dos envolvidos caso queiram se manifestar
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