Agentes de Endemias de Belford Roxo denunciam abandono: salários abaixo do piso, ameaças e nenhum direito garantido

Enquanto profissionais de Caxias recebem mais de R$ 4 mil, ACEs de Belford Roxo vivem sob pressão, sem benefícios e com salários defasados

Matéria escrita por Caio Henrique

ACE de Belford Roxo. Foto: Reprodução

Recebemos mais uma denúncia grave envolvendo os Agentes de Combate às Endemias (ACE) de Belford Roxo. A revolta da vez vem da comparação direta entre os salários pagos pela prefeitura de Belford Roxo e o município vizinho de Duque de Caxias — e a diferença é absurda.

Comparativo que choca: Caxias paga mais do que o dobro

Atualmente, os ACEs de Belford Roxo recebem dois salários mínimos sem qualquer tipo de benefício adicional. Isso significa que esses profissionais precisam pagar do próprio bolso a passagem para trabalhar, comprar seus próprios Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e arcar com todos os custos básicos da função.

Já em Duque de Caxias, o salário base é de R$ 3.036,00, somado a R$ 552,84 de incentivo e R$ 607,20 de adicional de insalubridade, o que resulta em um total de R$ 4.196,04 mensais. Uma diferença gritante de mais de R$ 2 mil.

A prefeitura de Belford Roxo segue sem se manifestar sobre o pagamento do piso salarial dos ACEs, ignorando a legislação e deixando centenas de profissionais desamparados.

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Contra cheque de um ACE de Duque de Caxias. Foto: Reprodução

Trabalhadores ameaçados e desmotivados

A denúncia que recebemos também revela um clima de tensão constante nos postos de trabalho. Segundo os relatos, mesmo sendo concursados, os profissionais estão sendo ameaçados de demissão, com base no fim do período probatório de dois anos. A prática tem causado desânimo e sensação de perseguição política entre os trabalhadores.

Além disso, o contato do sindicato com a prefeitura tem sido ignorado, revelando a falta de diálogo e respeito institucional com a categoria.

Caso de mãe com filhos autistas mostra frieza da gestão

Um caso específico enviado à nossa equipe escancara ainda mais o descaso da prefeitura. Uma ACE com quase 20 anos de serviço relatou que teve seu pedido de redução de carga horária negado, mesmo apresentando laudos médicos que comprovam que ela é mãe de dois filhos autistas.

A justificativa dada pela gestão foi: “Você é contratada, então não tem direito.”

O que estamos vendo em Belford Roxo é um cenário de total desrespeito com profissionais que atuam diretamente nas ruas, protegendo a população de doenças como dengue, zika e chikungunya. Mas quem está cuidando desses trabalhadores?

Seguiremos cobrando e trazendo todas as atualizações sobre esse caso.

Pedido de Redução de carga horária. Foto: Reprodução

2 Comentários

  1. Alô ADM do portal, esse contra cheque aí é de Agente Comunitário de Saúde, não de ACE. Sou ACE de Caxias, não recebemos isso. Nosso salário é o mesmo que de Bel + insalubridade

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