Mahmoud Khalil, ativista palestino e aluno de Columbia, é detido por autoridades de imigração sob acusações de ligações com o Hamas; governo Trump intensifica ações contra protestos anti-Israel em universidades
Mahmoud Khalil, estudante de pós-graduação da Universidade de Columbia e ativista palestino, foi detido por agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos Estados Unidos (ICE) no último sábado, 8 de março de 2025. A prisão ocorreu em sua residência universitária, sob a acusação de liderar atividades alinhadas ao Hamas, organização designada como terrorista pelos EUA.
O presidente Donald Trump celebrou a detenção de Khalil, classificando-a como “a primeira de muitas que virão” em uma campanha mais ampla para punir manifestantes anti-Israel nos campi universitários. Trump afirmou que há outros estudantes em Columbia e em outras universidades que participaram de atividades “pró-terroristas, antissemitas e antiamericanas”, e que sua administração não tolerará tais ações.
Khalil foi um dos principais organizadores dos protestos pró-Palestina na Universidade de Columbia no ano passado, atuando como negociador entre estudantes e autoridades universitárias. Essas manifestações faziam parte de um movimento mais amplo que exigia que a universidade rompesse laços financeiros com Israel. Em resposta, a administração Trump anunciou o congelamento de US$ 400 milhões em financiamento federal para Columbia, devido à maneira como a instituição lidou com os protestos e com incidentes de antissemitismo no campus.
A base legal para a detenção de Khalil ainda não está clara. Embora as leis de imigração dos EUA permitam a revogação de cartões de residência por atividades relacionadas ao terrorismo, críticos argumentam que a prisão pode violar direitos constitucionais, incluindo a liberdade de expressão. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) criticou a administração por infringir a liberdade de expressão, e a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, expressou preocupações sobre a prisão de Khalil.
A prisão de Khalil gerou apreensão entre estudantes internacionais e ativistas, que temem uma repressão mais ampla às manifestações nos campi. O governo Trump indicou que continuará a revogar vistos e cartões de residência de indivíduos que apoiem organizações como o Hamas, com o objetivo de deportá-los. Essa postura tem gerado debates sobre os limites entre segurança nacional e direitos civis, especialmente no contexto acadêmico.