Lideranças do agronegócio norte-americano expressam preocupações com tarifas impostas pelo governo e destacam potencial benefício ao Brasil em meio a disputas comerciais
Lideranças do setor agrícola dos Estados Unidos têm manifestado críticas contundentes às recentes políticas comerciais implementadas pelo governo do presidente Donald Trump. As preocupações giram em torno das tarifas recíprocas impostas a diversos países, incluindo aliados tradicionais e economias emergentes, que podem resultar em retaliações prejudiciais ao agronegócio norte-americano.
Em fevereiro de 2025, o presidente Trump anunciou a implementação de tarifas recíprocas sobre produtos de países que aplicam impostos a bens norte-americanos. Essa medida afeta setores como o automotivo, farmacêutico e de semicondutores, elevando o risco de uma guerra comercial e potencialmente aumentando a inflação nos EUA.
Representantes do agronegócio dos EUA temem que essas políticas resultem em retaliações de parceiros comerciais, impactando negativamente as exportações agrícolas norte-americanas. Eles alertam que tais medidas podem beneficiar concorrentes globais, especialmente o Brasil, que poderia ampliar sua participação no mercado internacional de commodities agrícolas.
O governo brasileiro, por sua vez, tem sinalizado a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) ou de aplicar impostos a produtos norte-americanos em resposta às tarifas impostas pelos EUA sobre o aço brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o Brasil poderá adotar medidas comerciais caso as tarifas sobre o aço se concretizem, ressaltando a importância de relações comerciais equilibradas.
As políticas comerciais protecionistas dos EUA podem levar países afetados a buscar fornecedores alternativos, fortalecendo a posição de competidores como o Brasil no mercado global. Lideranças agrícolas norte-americanas expressam preocupação de que as tarifas possam resultar em perda de mercado para produtos agrícolas dos EUA, beneficiando diretamente produtores brasileiros.
Diante desse cenário, autoridades brasileiras, incluindo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, estão engajadas em negociações para mitigar os impactos das tarifas e explorar oportunidades comerciais que possam surgir em meio às disputas comerciais globais.