Entregador é baleado após abordagem do Segurança Presente na Tijuca

Segurança Presente atira em ciclista na calçada da Tijuca

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Mais um caso de violência policial gerou revolta no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (3). O entregador Gustavo dos Santos Fernandes, de 34 anos, foi baleado por um agente do programa Segurança Presente enquanto trabalhava de bicicleta na Avenida Maracanã, na Tijuca, Zona Norte da cidade.

Segundo as versões apresentadas por policiais e pela família da vítima, os relatos são completamente opostos.

Agente foi autuado em flagrante por abuso de autoridade e lesão corporal, na Tijuca, Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução

Polícia diz que foi para conter agressão

De acordo com o policial militar Fernando Rodrigo da Silva da Hora, ele e outros agentes estavam em patrulhamento quando subiram na calçada para não atrapalhar o trânsito. Durante a ação, decidiram abordar Gustavo, que teria se exaltado e tentado agredir os policiais.

O militar afirmou em depoimento à 19ª DP que, ao se sentir ameaçado, atirou na altura da cintura do entregador para contê-lo e logo depois acionou o serviço médico de emergência.

Família contesta: "Legítima defesa"

A versão da família de Gustavo é bem diferente: o entregador estaria transitando normalmente com sua bicicleta pela calçada quando quase foi atropelado pelo policial de moto. Gustavo teria reclamado da atitude do agente, que desceu da moto de forma agressiva. Em resposta, Gustavo tentou se defender com um tapa e acabou sendo baleado à queima-roupa.

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Vítima foi levada para o hospital em estado grave

Gustavo foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, onde passou por cirurgia de emergência. Ainda não há informações oficiais sobre seu estado de saúde. A família está acompanhando de perto o caso e exige justiça.

Policial foi autuado, mas pode responder em liberdade

Segundo a 19ª DP (Tijuca), o agente foi autuado em flagrante pelos crimes de abuso de autoridade e lesão corporal. Como prevê a legislação atual, foi estabelecida fiança — o que significa que, se pagar, poderá responder ao processo em liberdade.

Por que esse caso é tão grave?

Esse episódio levanta sérias preocupações sobre o uso da força por parte de agentes públicos:

  • Abordagem em local inadequado: A ação começou com os policiais subindo na calçada, o que já indica possível irregularidade.

  • Uso desproporcional da força: Mesmo que Gustavo tenha reagido, a resposta foi um tiro — o que pode ser considerado exagerado e ilegal.

  • Falta de preparo e abuso de poder: O policial está sendo investigado por abuso de autoridade, o que reforça que há indícios de conduta fora dos limites legais.

Justiça e sociedade precisam agir

O caso precisa ser investigado a fundo. A violência policial no Rio de Janeiro não pode continuar sendo tratada como algo normal. Programas como o Segurança Presente precisam de mais treinamento, fiscalização e punições exemplares quando ultrapassam os limites legais.

É inaceitável que um trabalhador, ao sair para mais um dia de serviço, leve um tiro de quem deveria protegê-lo.

O que esperar agora

A sociedade carioca exige transparência na investigação e apoio total à vítima. A Defensoria Pública e o Ministério Público precisam acompanhar o caso e garantir que a impunidade não vença mais uma vez. A Secretaria de Segurança Pública também deve revisar os protocolos do programa Segurança Presente.

O Portal de Bel está a disposição dos envolvidos caso queiram se manifestar

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