Disputa entre candidatos reflete fragmentação interna e diferentes posicionamentos políticos em relação ao governo federal.
Nesta terça-feira (25), a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional realiza uma eleição marcada por divisões internas para escolher seu novo líder para o biênio 2025-2026. Tradicionalmente coesa, a bancada enfrenta, pela primeira vez, uma disputa acirrada que evidencia diferentes alinhamentos políticos e estratégicos entre seus membros.
Três deputados se destacam na corrida pela presidência da bancada:
Otoni de Paula (MDB-RJ): Ligado à Assembleia de Deus, Otoni tem o apoio do atual presidente da frente, Silas Câmara (Republicanos-AM). Nos últimos anos, afastou-se do ex-presidente Jair Bolsonaro e fez acenos ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o que gerou resistência entre os parlamentares mais conservadores.
Greyce Elias (Avante-MG): Membro da igreja Sara Nossa Terra, Greyce é vista como uma candidata de perfil centrista, buscando equilibrar as diferentes correntes dentro da bancada.
Gilberto Nascimento (PSD-SP): Também da Assembleia de Deus, Nascimento é considerado mais conservador e próximo ao grupo aliado a Bolsonaro, contando com o apoio do pastor Silas Malafaia e do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
A ausência de um consenso para a escolha do novo líder, algo inédito desde a criação da frente em 2003, indica uma crescente fragmentação interna. As divergências giram em torno do posicionamento da bancada em relação ao governo federal e da influência de líderes religiosos externos nas decisões políticas do grupo.
O resultado desta eleição poderá redefinir a orientação política da bancada evangélica, uma das mais influentes do Congresso, especialmente às vésperas das eleições de 2026. A escolha do novo líder determinará o grau de alinhamento ou oposição ao governo Lula e influenciará debates legislativos em áreas sensíveis para o segmento evangélico.