Alerj aprova segurança para ex-governadores por até 8 anos
Projeto de Cláudio Castro garante estrutura pública a ex-governadores, enquanto o povo segue sem saúde, educação e segurança
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta quarta-feira (21) um projeto inacreditável da gestão de Cláudio Castro (PL): a proposta prevê segurança, carros oficiais, motoristas e assessores para ex-governadores por até oito anos após o fim do mandato. O projeto, que agora segue para sanção do próprio Castro, cria um verdadeiro cabide de privilégios bancado com dinheiro público.
Segundo o texto, o ex-governador terá direito a:
Quatro seguranças (servidores públicos);
Quatro motoristas;
Dois carros oficiais do Estado;
Dois assessores comissionados.
E tudo isso por até oito anos, sendo quatro anos garantidos e outros quatro prorrogáveis mediante simples requerimento. O modelo é baseado na lei federal que regula a segurança de ex-presidentes da República, mas agora aplicado em um estado mergulhado em crise e com serviços públicos sucateados.
Mais grave: os próprios ex-governadores escolherão quem fará parte da sua equipe de segurança, desde que sejam servidores do quadro permanente, ou seja, funcionários pagos por todos nós.
E vale lembrar: o benefício não será retroativo, ou seja, só vale para os ex-governadores que deixarem o cargo a partir de 2025.
E como se não bastasse... criaram mais uma secretaria!
Na mesma sessão, a Alerj aprovou a criação da Sedipaf — Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional do Interior, Pesca e Agricultura Familiar. O nome pomposo esconde o verdadeiro objetivo: acomodar politicamente o deputado Jair Bittencourt (PL), derrotado internamente na disputa pela presidência da Alerj.
A criação da nova pasta faz parte de uma negociação liderada por Rodrigo Bacellar (PL), atual presidente da Casa, para garantir apoio unânime à sua reeleição. Jair Bittencourt, que antes lançou chapa dissidente, foi premiado com um novo cargo de secretário.
Resultado? Mais cargos, mais salários, mais estrutura e mais dinheiro público gasto com interesses políticos.
O Rio paga a conta da eleição
Enquanto a população do Rio de Janeiro sofre em UPAs lotadas, escolas abandonadas e com o aumento da violência, os deputados da Alerj e o governador Cláudio Castro estão preocupados em garantir seguranças e carros para quem já deixou o poder.
O povo clama por serviços básicos, mas os políticos cuidam apenas dos seus próprios privilégios. A criação de uma secretaria apenas para agradar aliados e a aprovação de um pacote de mordomias para ex-governadores expõem o grau de descolamento da elite política fluminense da realidade da população.
O recado dado pela Alerj é claro: a eleição de 2026 já começou — e quem vai pagar a conta é o povo.
O Portal de Bel está a disposição dos envolvidos caso queiram se manifestar
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