Violência contra mulheres no Brasil atinge maior patamar desde 2017

Dados de 2024 revelam aumento significativo nos casos de violência de gênero, destacando a urgência de políticas públicas eficazes

Foto Reprodução Internet

Em 2024, o Brasil registrou um aumento alarmante nos casos de violência contra mulheres, atingindo o maior patamar desde 2017. De acordo com dados compilados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), as mulheres brasileiras sofreram, em média, três tipos diferentes de violência ao longo do ano. Essas agressões incluem violência física, psicológica, sexual e patrimonial.

As violências não letais, como agressões físicas e psicológicas, frequentemente passam despercebidas por ocorrerem no âmbito privado. No entanto, essas formas de violência podem se acumular e levar a situações fatais. Em 2023, dados da plataforma EVA indicaram que diariamente 1.569 mulheres no Brasil, México e Colômbia sofreram violência não letal, um aumento de 13% em relação a 2022.

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Impacto da Lei Maria da Penha

Desde sua promulgação em 2006, a Lei Maria da Penha tem sido um marco no combate à violência doméstica no Brasil. Maria da Penha, sobrevivente de duas tentativas de feminicídio, tornou-se símbolo dessa luta. Apesar dos avanços proporcionados pela lei, sua aplicação ainda enfrenta desafios, especialmente em áreas rurais, onde o acesso à justiça é limitado.

Aumento dos feminicídios

O número de feminicídios também apresentou crescimento preocupante. Em 2024, foram registrados 1.350 casos, representando um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Esses dados ressaltam a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para proteção das mulheres.

Organizações da sociedade civil têm desempenhado papel fundamental na documentação e combate à violência de gênero. Projetos como o “Quem Ama Liberta”, liderado por Regina Jardim, mãe de uma vítima de feminicídio, têm registrado casos e mantido viva a memória das vítimas. Em 17 anos, Regina já documentou cerca de 20.000 casos, destacando a gravidade da violência machista no país.

O aumento da violência contra mulheres no Brasil exige ações imediatas e eficazes. É essencial fortalecer políticas públicas, garantir a aplicação rigorosa das leis existentes e promover campanhas de conscientização para combater essa realidade alarmante.